Lê o seguinte excerto do “Exórdio” da obra "Sermão de Santo António", do Padre António Vieira, e completa-o com os conectores discursivos adequados.
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra:
(adição) chama-lhes sal da terra,
(causa) quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção;
(oposição/contraste)
(tempo) a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será,
(alternativa) qual pode ser a causa desta corrupção? (…)
«
(hipótese/condição) o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há de fazer, é lançá-lo fora como inútil,
(finalidade/intencionalidade) seja pisado de todos.» Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara?
(comparação) não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário. (…)
Isto suposto, quero hoje, à imitação de Santo António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão. Os demais podem deixar o sermão,
(explicação) não é para eles. Maria, quer dizer,
Domina maris: «Senhora do mar»; e
(causa) o assunto seja tão desusado, espero que me não falte com a costumada graça.
Ave Maria.”
Vieira, Padre António (2008). Sermões (pp. 93-96). Leya.